No dia 17 de dezembro de 2025, a Austrália foi abalada por um atentado terrorista na famosa praia de Bondi, em Sydney. O episódio ocorreu durante uma celebração do Hanukkah, festival judaico das luzes, e resultou em 16 mortes — entre elas a de um dos atiradores — e 40 feridos, incluindo dois policiais.
Os responsáveis pelo ataque foram identificados como pai e filho: Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24. Sajid morreu em confronto com a polícia, enquanto Naveed foi gravemente ferido, chegou a ficar em coma e agora enfrenta acusações formais de 59 crimes, entre eles homicídio, tentativa de homicídio e terrorismo.
Indícios de radicalização e vínculos internacionais
As autoridades australianas afirmaram que o atentado pode ter sido inspirado por ideologias do Estado Islâmico. No veículo usado pelos suspeitos, foram encontradas bandeiras artesanais do grupo terrorista. Além disso, investigações revelaram que ambos haviam viajado para as Filipinas um mês antes do ataque, levantando suspeitas sobre possíveis conexões internacionais.
O diretor-geral da inteligência australiana, Mike Burgess, declarou que o nível de ameaça terrorista no país permanece em “provável”, indicando que há risco contínuo de novos atentados.
Impacto sobre a comunidade judaica e reação internacional
O ataque foi descrito pelo primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, como planejado para atingir a comunidade judaica. Entre as vítimas fatais estavam o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, e cidadãos de diferentes nacionalidades, incluindo israelenses.
A repercussão internacional foi imediata:
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o atentado como “hediondo e mortal”.
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O governo dos Estados Unidos condenou veementemente o ataque, destacando que “o antissemitismo não tem lugar no mundo”.
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O presidente israelense, Isaac Herzog, chamou o episódio de “cruel contra os judeus”, enquanto Benjamin Netanyahu acusou o governo australiano de alimentar o antissemitismo ao reconhecer o Estado palestino.
No Brasil, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) manifestou solidariedade à comunidade judaica australiana.
Um herói improvável
Entre os relatos mais marcantes está o de um vendedor de frutas de 43 anos, que conseguiu desarmar um dos atiradores, colocando sua própria vida em risco. Ele foi atingido por dois disparos, mas sobreviveu e foi considerado um “herói genuíno” pelas autoridades.
Reflexões e desafios futuros
O atentado em Bondi Beach expõe fragilidades na segurança pública e reforça a necessidade de monitoramento de grupos radicalizados. Também reacende o debate sobre antissemitismo global e o papel das redes internacionais de terrorismo.
Para a Austrália, que desde o massacre de Port Arthur em 1996 endureceu suas leis de armas, o episódio representa um choque profundo: mostra que, mesmo com restrições severas, a violência armada pode emergir quando associada a ideologias extremistas.
