A Ásia enfrenta um dos eventos climáticos mais intensos do ano com a chegada do supertufão Ragasa, que já atingiu o norte das Filipinas e avança em direção ao sul da China. Com ventos que ultrapassam os 267 km/h — comparáveis a um furacão de categoria 5 — o fenômeno provocou evacuações em massa, fechamento de escolas, suspensão de voos e alerta máximo em diversas regiões.
Impacto nas Filipinas
Na manhã desta segunda-feira (22), Ragasa — chamado de Nando localmente — tocou terra na Ilha Panuitan, na província de Cagayan, no norte das Filipinas. As autoridades suspenderam aulas e atividades laborais em Manila e em outras regiões, enquanto mais de 10 mil pessoas foram evacuadas preventivamente. A tempestade trouxe chuvas torrenciais com acumulados superiores a 400 mm, rajadas de vento de até 315 km/h e ondas de até três metros, ameaçando áreas costeiras como as ilhas Batanes e Babuyan.
China mobiliza evacuação em massa
Antecipando os efeitos devastadores do Ragasa, o governo chinês ordenou a evacuação de cerca de 400 mil moradores da cidade de Shenzhen, uma metrópole costeira com mais de 17 milhões de habitantes. A medida visa proteger a população de possíveis inundações, deslizamentos de terra e ventos extremos. Escolas foram fechadas e barreiras contra enchentes estão sendo instaladas em pontos vulneráveis.
Hong Kong paralisa operações aéreas
O Aeroporto Internacional de Hong Kong anunciou a suspensão total de voos por 36 horas, a partir da noite de terça-feira (23), em resposta à aproximação do supertufão. A Cathay Pacific Airways cancelou mais de 500 voos, e outras companhias aéreas seguem o mesmo caminho. O Observatório de Hong Kong elevou o sinal de alerta para o segundo nível mais alto, com previsão de ventos em força de furacão na quarta-feira (24). Moradores correram aos supermercados para estocar alimentos e itens essenciais, diante da iminente paralisação da cidade.
Alerta regional
Além da China e das Filipinas, Taiwan também emitiu alertas marítimos e terrestres, cancelando serviços de balsa e fechando trilhas naturais. A tempestade, embora não deva atingir diretamente o território taiwanês, representa risco significativo para áreas costeiras e montanhosas.
Reflexo das mudanças climáticas?
Especialistas apontam que a intensidade crescente dos tufões na região pode estar relacionada às mudanças climáticas globais. Tempestades como Ragasa têm se tornado mais imprevisíveis e destrutivas, afetando principalmente populações vulneráveis em áreas costeiras e insulares.
Com o avanço do Ragasa, autoridades seguem em alerta máximo e reforçam medidas de segurança para minimizar os impactos humanos e materiais. A tempestade serve como um lembrete contundente da força da natureza e da necessidade de preparação diante de eventos climáticos extremos.