Contexto das negociações
As conversas realizadas em Genebra entre representantes dos Estados Unidos, da Ucrânia e de países europeus foram descritas como “produtivas e construtivas”, segundo comunicados oficiais. O encontro buscou avançar em um plano de paz revisado, elaborado por Washington, que pretende encerrar o conflito iniciado há quase quatro anos com a invasão russa.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que houve “progresso enorme” nas tratativas, ressaltando que esta foi uma das reuniões mais significativas desde o início do processo. Autoridades europeias também reforçaram que qualquer acordo deve respeitar a soberania plena da Ucrânia, ponto considerado inegociável.
A posição de Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou os “passos importantes” alcançados, mas advertiu que ainda há muito trabalho pela frente. Em discurso transmitido da Suécia, ele destacou que a questão mais delicada continua sendo a pressão para que a Ucrânia ceda territórios à Rússia como parte de um acordo. Para Zelensky, essa concessão seria inaceitável e representaria uma ameaça à integridade nacional.
Segundo o líder ucraniano, “para alcançar uma paz real, é necessário mais”, indicando que o país não aceitará soluções que comprometam sua soberania. Essa posição reflete a percepção de que qualquer cessão territorial poderia abrir precedentes perigosos para futuras agressões.
O papel dos EUA e da Europa
Os Estados Unidos apresentaram um plano de 28 pontos, revisado após críticas de que a versão inicial favorecia excessivamente a Rússia. Já os europeus, embora apoiem a iniciativa americana, insistem em garantir que o acordo final não fragilize a posição de Kiev.
A Casa Branca e líderes europeus afirmaram que o objetivo é construir um “arcabouço refinado” para a paz, mas sem impor soluções que comprometam a soberania ucraniana.
Desafios futuros
Apesar dos avanços, o encontro terminou sem um acordo definitivo. Novas rodadas de negociações estão previstas, e Zelensky poderá viajar a Washington nos próximos dias para aprofundar o diálogo.
O impasse sobre os territórios ocupados pela Rússia — especialmente regiões como Donetsk, Luhansk e a Crimeia — continua sendo o principal entrave. Enquanto Moscou insiste em manter controle sobre essas áreas, Kiev e seus aliados rejeitam qualquer concessão que legitime a ocupação.
As negociações em Genebra representam um passo importante rumo à paz, mas a questão territorial mostra que o caminho ainda é longo e complexo. Zelensky reafirma que a Ucrânia não aceitará acordos que comprometam sua soberania, enquanto EUA e Europa buscam equilibrar pragmatismo diplomático com princípios de integridade territorial.
Em suma, o progresso existe, mas a paz definitiva dependerá de como o mundo responderá ao dilema central: ceder ou não territórios à Rússia.
