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Polícia Civil do DF Desmantela Megaesquema de Venda de Cogumelos Alucinógenos no Brasil

Publicada em: 04/09/2025 16:10 -

 

Em uma operação de grande escala batizada de Operação Psicose, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou uma organização criminosa responsável pela produção e distribuição de cogumelos alucinógenos — popularmente conhecidos como “cogumelos mágicos” — em todo o território nacional.

 

Ação coordenada em oito estados

 

A ofensiva policial ocorreu simultaneamente no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo. Ao todo, nove pessoas foram presas, incluindo suspeitos em Águas Claras e Taguatinga, no DF. Mais de 3 mil pacotes da substância foram apreendidos, revelando a dimensão do esquema, que movimentou cerca de R$ 26 milhões em apenas um ano.

 

O produto e seus riscos

 

Os cogumelos comercializados continham psilocibina, uma substância psicodélica que altera a percepção sensorial, podendo provocar alucinações, paranoia, desconexão da realidade e até psicose. Segundo especialistas da PCDF, os efeitos são comparáveis aos de drogas sintéticas e, em casos extremos, podem levar à morte. A psilocibina é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Estratégia de distribuição

 

O grupo utilizava redes sociais e influenciadores digitais para promover os produtos, que eram vendidos em três formatos: desidratados, misturados ao mel e encapsulados. Jovens frequentadores de festas de música eletrônica eram o principal público-alvo. A entrega era feita pelos Correios, por meio do modelo de comércio eletrônico conhecido como dropshipping, onde o vendedor não mantém estoque físico, dificultando a fiscalização.

 

Estrutura sofisticada

 

O centro operacional da quadrilha estava em Curitiba (PR), onde galpões funcionavam como laboratórios com capacidade para produzir até 200 quilos de cogumelos por mês. Além disso, o grupo mantinha empresas de fachada em diversos estados, inclusive no setor alimentício, para mascarar a origem do dinheiro ilícito.

 

Marketing digital e lavagem de dinheiro

 

A organização investia pesado em marketing digital, com sites profissionais, impulsionamento pago e presença em eventos. Influenciadores, DJs e estandes em festivais eram usados para promover os cogumelos como produtos naturais com supostos benefícios à saúde, numa tentativa de legitimar o uso da substância.

 

Consequências legais

 

Os investigados poderão responder por tráfico de drogas, associação criminosa, crimes contra a saúde pública e lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 50 anos de prisão, dependendo da participação de cada envolvido.

 

 

 

 

 

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