A tão aguardada Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo está prestes a sair do papel e promete transformar a mobilidade entre a capital paulista e Guarulhos, o segundo município mais populoso do estado. Com 17,6 km de extensão e previsão de início das obras em 2026, o novo ramal enfrentará desafios técnicos significativos — incluindo a travessia subterrânea de três importantes rios: Tietê, Tamanduateí e Cabuçu de Cima.
Travessia sob os rios: engenharia de precisão
A construção da Linha 19 exigirá escavações profundas e complexas sob os leitos dos rios, com trechos que podem atingir até 50 metros de profundidade. Para isso, serão utilizadas tuneladoras (tatuzões) e métodos como NATM (Novo Método Austríaco de Tunelamento), além de valas a céu aberto em pontos estratégicos. A travessia dos rios representa um dos maiores desafios do projeto, exigindo reforço estrutural e consolidação dos solos com mais de 610 mil m³ de calda de cimento.
Trajeto e estações
A Linha 19 partirá do Anhangabaú, no centro de São Paulo, e seguirá até o Bosque Maia, em Guarulhos, passando por 15 estações. Entre elas estão:
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Bosque Maia
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Guarulhos-Centro
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Vila Augusta
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Dutra (conexão com Linha 2-Verde)
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Itapegica
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Jardim Julieta
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Vila Sabrina
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Cerejeiras
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Santo Eduardo
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Vila Maria
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Catumbi
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Silva Teles
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Cerealista
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São Bento (conexão com Linha 1-Azul)
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Anhangabaú (conexão com Linha 3-Vermelha)
Essa malha permitirá conexões com três linhas existentes do Metrô e reduzirá o tempo de deslocamento entre Guarulhos e o centro de São Paulo de 1h30 para apenas 30 minutos.
Investimento e impacto
O projeto está orçado em cerca de R$ 19,5 bilhões e será dividido em três lotes de obras, cada um com cinco estações e infraestrutura complementar, como 18 poços de ventilação e saídas de emergência. A construção deve gerar mais de 28 mil empregos diretos e indiretos, além de impulsionar o desenvolvimento urbano nas regiões atendidas.
Bosque Maia: ponto final estratégico
O Bosque Maia, maior parque urbano de Guarulhos, será o ponto final da Linha 19. A escolha do local não é apenas simbólica, mas estratégica: o parque é um polo de lazer, cultura e eventos, e sua conexão direta com o centro de São Paulo deve atrair ainda mais visitantes e fomentar o turismo local.