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China condena 11 membros de uma família à morte por comandar campos de 'ciberescravos'

Publicada em: 30/09/2025 10:58 -

Em uma decisão histórica e chocante, o Tribunal Popular Intermediário de Wenzhou, na China, condenou à morte 11 membros da família Ming, acusados de liderar uma rede criminosa transnacional que operava campos de “ciberescravos” na região de Kokang, em Mianmar. O caso expõe uma das maiores operações de fraude digital e tráfico humano já desmanteladas no Sudeste Asiático.

O império da fraude

Desde 2015, a família Ming transformou Laukkaing, capital da região autônoma de Kokang, em um verdadeiro polo de crimes cibernéticos. Utilizando cassinos ilegais como fachada, o grupo traficava trabalhadores — muitos deles chineses — e os forçava a aplicar golpes virtuais em vítimas ao redor do mundo. Estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham sido mantidas em condições análogas à escravidão.

As atividades ilegais incluíam:

  • Fraudes em telecomunicações

  • Tráfico de drogas

  • Prostituição organizada

  • Assassinatos para impedir fugas

O lucro gerado ultrapassou os 10 bilhões de yuans (cerca de R$ 7,4 bilhões), segundo o tribunal.

Sentença exemplar

Além dos 11 condenados à morte, outros cinco membros da família receberam pena de morte com suspensão de dois anos — modalidade que pode ser convertida em prisão perpétua. Outros 23 familiares foram sentenciados a penas que variam entre cinco e 24 anos de prisão. Parte dos réus também teve bens confiscados.

O chefe do clã, Ming Xuechang, que chegou a ocupar cargo no parlamento estadual de Mianmar, cometeu suicídio enquanto estava sob custódia. Seu filho, Ming Guoping, líder da Força de Guarda de Fronteira de Kokang, também foi preso, junto com outros membros influentes da família.

O alerta global

A condenação é vista como um recado firme de Pequim contra redes de exploração digital que prosperam em regiões fronteiriças. Embora Mianmar tenha colaborado com a extradição dos criminosos, parte das operações já migrou para países como o Camboja, dificultando o combate internacional ao crime organizado.

Segundo o Instituto dos Estados Unidos para a Paz, golpes aplicados por sindicatos criminosos do Sudeste Asiático causam perdas superiores a US$ 43 bilhões por ano.

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