A cúpula do BRICS de 2025, marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, será histórica — mas não exatamente pelos motivos que o Brasil esperava. Pela primeira vez desde a fundação do bloco, os presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, não estarão presentes fisicamente em um encontro do grupo. A ausência dos dois líderes mais influentes do BRICS levanta questionamentos sobre o futuro da aliança e o papel do Brasil como anfitrião e articulador político.
🌐 O que motivou as ausências?
A ausência de Vladimir Putin já era amplamente esperada. O presidente russo é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), acusado de crimes de guerra relacionados à deportação de crianças ucranianas. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, haveria risco jurídico caso Putin pisasse em solo brasileiro. Por isso, ele participará da cúpula por videoconferência e será representado presencialmente pelo chanceler Sergey Lavrov.
Já a ausência de Xi Jinping surpreendeu. Esta será a primeira vez que o líder chinês não comparece a uma cúpula do BRICS. Embora o governo chinês não tenha dado explicações formais, diplomatas brasileiros apontam conflitos de agenda e a recente visita de Xi ao Brasil como possíveis razões. A China será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang.
🇧🇷 O impacto para o Brasil
Para o governo Lula, que assumiu a presidência rotativa do BRICS em 2025, a ausência dos dois líderes representa um desafio diplomático. O Brasil esperava usar o evento para reforçar sua posição como mediador global e impulsionar temas como governança da inteligência artificial, comércio sustentável e reforma das instituições multilaterais. Sem Xi e Putin, o peso político da cúpula diminui — e o protagonismo brasileiro fica mais difícil de sustentar.
Ainda assim, o Itamaraty aposta na presença de outros líderes estratégicos, como os presidentes da Índia, Indonésia e África do Sul, para manter a relevância do encontro. A crise no Oriente Médio e os debates sobre segurança energética e mudanças climáticas também devem dominar a pauta.
🔍 O que isso revela sobre o BRICS?
A ausência de Xi e Putin pode ser lida como um sinal de que o BRICS enfrenta tensões internas e desafios de coesão. Com a ampliação do bloco para 11 países, incluindo Irã, Arábia Saudita e Etiópia, surgem novas dinâmicas e interesses divergentes. A falta de consenso sobre temas sensíveis, como conflitos armados e sanções internacionais, pode enfraquecer a capacidade do grupo de agir de forma coordenada.
Por outro lado, a cúpula no Rio também é uma oportunidade para o Brasil liderar um novo ciclo de renovação do BRICS, focado em cooperação prática e menos dependente de figuras individuais.
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