Em uma ofensiva coordenada entre Brasil e Irlanda, a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Cassandra, voltada ao combate de uma organização criminosa transnacional especializada em tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual. A ação, que contou com apoio da Europol e da Garda National Protective Services Bureau, resultou no cumprimento de mandados de prisão e busca em seis estados brasileiros e em território irlandês.
Uma rede criminosa com alcance internacional
As investigações revelaram que o grupo criminoso atua desde 2017, aliciando mulheres brasileiras com falsas promessas de trabalho e estabilidade na Europa. Ao chegarem à Irlanda, as vítimas eram submetidas a condições degradantes, vigilância constante e exploração sexual em estabelecimentos controlados pela quadrilha.
Até o momento, foram identificadas 70 mulheres vítimas do esquema, muitas delas oriundas de regiões vulneráveis do Brasil. A organização também é suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro, rufianismo, fraudes documentais e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Mandados em seis estados e na Europa
No Brasil, a operação mobilizou 120 agentes da Polícia Federal e servidores da Receita Federal para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão nos estados de:
• Santa Catarina (com foco na Grande Florianópolis)
• São Paulo
• Rio de Janeiro
• Paraná
• Minas Gerais
• Mato Grosso
Na Irlanda, foram realizadas três prisões e buscas em imóveis residenciais e comerciais ligados à organização criminosa.
Luxo financiado pela exploração
Durante as buscas, foram apreendidos joias, dinheiro em espécie, documentos falsificados e veículos de luxo, evidenciando o alto lucro obtido pela quadrilha com a exploração das vítimas. Segundo a Polícia Federal, os criminosos utilizavam mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro para ocultar os ganhos ilícitos e manter a fachada de legalidade.
Cooperação internacional e medidas judiciais
A operação foi realizada em cooperação com autoridades europeias, reforçando o compromisso global no enfrentamento ao tráfico de pessoas. Além dos mandados, a Justiça Federal brasileira decretou 13 medidas restritivas de direitos contra os investigados, incluindo bloqueio de bens e proibição de contato com as vítimas.