A morte do renomado advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, ocorrida na madrugada de 1º de outubro de 2025, em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, está sendo investigada pela Polícia Civil como um possível caso de latrocínio — roubo seguido de morte. A hipótese ganhou força após análise de imagens de câmeras de segurança e relatos de testemunhas que presenciaram os momentos finais do jurista.
Câmeras revelam abordagem violenta
Segundo os investigadores do 4º Distrito Policial, Pacheco foi abordado por um casal — um homem e uma mulher — enquanto caminhava sozinho pela Rua Itambé, na região da Consolação. As imagens mostram que os suspeitos tentaram roubar o celular e o relógio do advogado, que reagiu ou fez um movimento brusco. Em resposta, foi agredido com socos, cotoveladas e um golpe que o derrubou no chão.
Após a queda, os criminosos teriam esvaziado os bolsos de Pacheco e fugido levando seus pertences. Uma testemunha que passava de carro percebeu a cena e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou à Santa Casa de Misericórdia. Pacheco morreu por volta da 1h40 da manhã.
Mensagem enigmática e descartada hipótese de intoxicação
Horas antes do crime, Pacheco havia enviado uma mensagem ao grupo de WhatsApp do coletivo jurídico Prerrogativas, dizendo que “tinha tomado metanol”. A frase foi interpretada por amigos como uma brincadeira, já que ele estava em um bar e havia consumido whisky. A polícia, por ora, descarta a hipótese de intoxicação, embora aguarde os laudos do Instituto Médico Legal para confirmar a causa da morte.
Luto na advocacia
Luiz Fernando Pacheco era conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão, como a defesa do ex-deputado José Genoino no julgamento do Mensalão. Fundador do Grupo Prerrogativas, Pacheco era considerado uma referência na luta pelas prerrogativas da advocacia e pelos direitos humanos.
Em nota, o grupo lamentou profundamente a perda: “Não aceitaremos que este episódio lamentável seja convertido em mais um dado estatístico. As circunstâncias desta morte violenta e inaceitável devem ser rigorosamente apuradas”.
Investigação em curso
A polícia segue em busca dos suspeitos, que já foram parcialmente identificados pelas imagens. Impressões digitais encontradas em um poste próximo ao local do crime podem ajudar na identificação. A expectativa é que novas testemunhas sejam ouvidas nos próximos dias para esclarecer os passos de Pacheco na noite do crime.