Nesta quarta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de um encontro histórico em Nova York, reunindo líderes de diversos países em um ato simbólico e estratégico pela defesa da democracia. O evento ocorre paralelamente à 80ª Assembleia Geral da ONU e marca um esforço conjunto contra o avanço do extremismo, da desinformação e do discurso de ódio.
Uma coalizão democrática internacional
Além de Lula, o ato conta com a presença dos presidentes Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Pedro Sánchez (Espanha) e Yamandú Orsi (Uruguai). Juntos, esses líderes buscam fortalecer o multilateralismo e reafirmar o compromisso com valores democráticos em um cenário global cada vez mais polarizado.
A expectativa é que representantes de cerca de 30 países participem das discussões, que incluem estratégias para enfrentar ameaças à democracia e promover a cooperação internacional em tempos de instabilidade política e social.
Ausência dos Estados Unidos e tensão diplomática
Diferentemente da edição anterior, os Estados Unidos não foram convidados para o fórum. Segundo auxiliares de Lula, os organizadores não cogitaram incluir o país, e a atual administração de Donald Trump também não demonstrou interesse. A ausência reflete o clima tenso entre Brasil e EUA, agravado pela recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar disso, Trump e Lula tiveram um breve encontro nos bastidores da ONU, com o presidente americano relatando uma “química excelente” com o líder brasileiro. Uma reunião virtual entre os dois está sendo considerada, embora o Itamaraty trate o assunto com cautela, buscando evitar constrangimentos diplomáticos.
Lula reafirma soberania e condena ataques à democracia
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Lula foi enfático ao declarar que a democracia e a soberania brasileiras são “inegociáveis”. O presidente também condenou agressões ao Judiciário e rejeitou qualquer possibilidade de anistia a indivíduos que atentaram contra o regime democrático, classificando-os como “falsos patriotas”.
Um gesto político com repercussões globais
O ato em Nova York representa mais do que um encontro de chefes de Estado: é um posicionamento político claro diante das ameaças que rondam sistemas democráticos em diversas partes do mundo. Ao se unir a líderes progressistas e reforçar o papel do Brasil como defensor da democracia, Lula busca projetar uma imagem de liderança internacional comprometida com os direitos civis, a justiça social e o diálogo multilateral.