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Extorsão digital: Jovem é presa por criar rede de fofocas e cobrar para apagar postagens

Publicada em: 15/09/2025 11:07 -

Um caso inusitado e alarmante ocorrido em Conceição das Alagoas, no interior de Minas Gerais, escancarou os perigos da exposição nas redes sociais e os limites da liberdade de expressão. Anielly Sousa Silva, de 21 anos, foi presa sob acusação de extorsão após criar uma página de fofocas que se tornou viral — e lucrativa. A jovem cobrava entre R$ 200 e R$ 500 para apagar conteúdos difamatórios que ela mesma publicava sobre moradores da cidade.

A rede da discórdia

Utilizando um aplicativo de mensagens anônimas, Anielly incentivava os próprios moradores a enviarem informações sobre vizinhos, colegas e até instituições locais. Sem qualquer verificação da veracidade, ela publicava as mensagens como se fossem fatos, expondo nomes e detalhes íntimos. As postagens abordavam temas como traições, dívidas, gravidez, orientação sexual e até agressões físicas.

 

O perfil, batizado de “Leo Dias CDA” — uma referência irônica ao famoso colunista de celebridades — acumulou mais de um milhão de acessos antes de ser desativado.

“Para eu apagar, tem que me pagar”

A frase que viralizou e escandalizou a cidade foi usada pela própria Anielly em uma das postagens. Segundo a Polícia Civil, ela exigia pagamentos via Pix para remover os conteúdos ofensivos. Áudios e vídeos obtidos pela investigação mostram a jovem negociando diretamente com as vítimas, sem qualquer critério para os valores cobrados

Impacto social e emocional

As consequências foram devastadoras. Uma das vítimas relatou que sua filha desenvolveu depressão após ser citada nas postagens. Uma instituição de caridade local viu suas arrecadações despencarem após ser acusada injustamente de maus-tratos a uma criança com deficiência.

Moradores revoltados começaram a se mobilizar, reunindo provas e registrando boletins de ocorrência. A continuidade das postagens levou à decretação da prisão preventiva de Anielly, que agora está detida na Penitenciária Professor Aloisio Inácio Oliveira, em Uberaba.

 

Liberdade de expressão com limites

O delegado responsável pelo caso, Bruno Vinícius, foi enfático: “Tenho o direito de me manifestar? Sim. Mas ele não é irrestrito. O meu direito vai até onde o do outro também é protegido”.

Anielly deve responder por extorsão, difamação e injúria — crimes que podem levar a até 10 anos de prisão. A defesa da jovem ainda não se manifestou oficialmente.

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