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Julgamento do Golpe: STF reforça segurança com drones enquanto filhos de Bolsonaro fazem vigília silenciosa

Publicada em: 02/09/2025 10:51 -

Na manhã desta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento histórico que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Apesar da expectativa de manifestações, o clima na capital federal surpreendeu pela ausência de protestos. A Praça dos Três Poderes, tradicional palco de mobilizações políticas, amanheceu silenciosa — mas sob vigilância intensa.

Segurança de última geração

O aparato de segurança montado para o julgamento é considerado um dos mais sofisticados já empregados pelo STF. Drones equipados com câmeras térmicas sobrevoam o perímetro do tribunal, realizando varreduras diurnas e noturnas capazes de identificar movimentos suspeitos mesmo sem iluminação. Cães farejadores, barreiras físicas, detectores de metais e uma célula integrada de inteligência completam o esquema, que envolve forças da Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Judicial e agentes de tribunais de outros estados.

 

A operação foi classificada como de “risco elevado”, categoria raramente acionada, e remete a momentos críticos da história recente, como o julgamento do Mensalão e os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Vigília familiar e simbólica

Enquanto o STF se prepara para dias intensos, os filhos de Jair Bolsonaro optaram por um gesto simbólico. Na noite anterior ao julgamento, Carlos Bolsonaro e Jair Renan participaram de uma vigília no condomínio Solar de Brasília, onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde agosto. Com cerca de 20 apoiadores, o grupo entoou hinos religiosos, exibiu bandeiras do Brasil e cartazes em defesa de Bolsonaro.

Carlos, vereador no Rio de Janeiro, declarou que o momento representa uma “injustiça histórica” e agradeceu o apoio dos simpatizantes. Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú, afirmou ter viajado à capital para estar ao lado do pai “nesta etapa decisiva”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também acompanha o julgamento ao lado da família, enquanto os outros filhos, Flávio e Eduardo, permanecem em atividades parlamentares e internacionais.

O que está em jogo

Bolsonaro e os demais réus enfrentam acusações que incluem conspiração, incitação ao crime, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, entre outros. Caso condenados com pena máxima, podem cumprir até 43 anos de prisão. O julgamento deve se estender por duas semanas e coincide com o período de transição na presidência do STF, aumentando ainda mais a tensão institucional.

O julgamento marca um divisor de águas na política brasileira. A ausência de protestos não significa apatia, mas sim uma mudança de estratégia entre apoiadores e opositores. Enquanto o STF aposta na tecnologia e na inteligência para garantir a segurança, a família Bolsonaro recorre à simbologia e à fé. O país observa, em silêncio, um dos capítulos mais delicados de sua democracia.

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