A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), figura central em recentes controvérsias políticas brasileiras, enfrentou nesta quarta-feira (27 de agosto de 2025) sua terceira audiência perante o Tribunal de Apelação de Roma. Apesar dos esforços da defesa, a Justiça italiana decidiu manter Zambelli presa enquanto avalia o pedido de extradição feito pelo Brasil.

 O Processo de Extradição

Zambelli foi presa em Roma no dia 29 de julho, após quase um mês foragida. A detenção ocorreu depois que seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar foi condenada a duas penas distintas:

• 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos

• 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após perseguir um jornalista armado em São Paulo, em 2022

Saúde em Debate

Durante a audiência, a defesa apresentou laudos médicos e psiquiátricos alegando que Zambelli sofre de diversas condições clínicas, como fibromialgia, síndrome da taquicardia postural ortostática e depressão grave. Um parecer paralelo, elaborado por especialistas contratados pela própria deputada, sugeria que ela deveria aguardar o processo em prisão domiciliar.

No entanto, o laudo oficial solicitado pela Justiça italiana concluiu que Zambelli está apta a permanecer presa, sem risco imediato à saúde.

Decisão Adiada

Apesar dos argumentos da defesa, o juiz italiano responsável pelo caso decidiu adiar a decisão final, alegando necessidade de mais tempo para analisar os documentos apresentados. A expectativa é que um novo parecer seja emitido nas próximas 24 a 48 horas, mas até lá, Zambelli continuará detida no Instituto Penitenciário de Rebibbia, em Roma.

Defesa Reage

O advogado Fabio Pagnozzi, que lidera a equipe jurídica da parlamentar, afirmou estar confiante de que a Justiça italiana reconhecerá o que chamou de “perseguição política” contra sua cliente. Segundo ele, o processo de extradição pode durar até dois anos, e manter Zambelli presa durante todo esse período seria uma violação aos direitos humanos.

 Conclusão

O caso de Carla Zambelli transcende fronteiras e levanta questões delicadas sobre extradição, saúde mental, perseguição política e o papel da Justiça internacional. Enquanto aguarda a decisão da Corte italiana, a deputada permanece no centro de um dos episódios mais complexos da política brasileira contemporânea.