A intensificação das disputas comerciais entre grandes potências está remodelando o cenário econômico mundial. Nos últimos meses, tarifas elevadas, sanções e represálias entre Estados Unidos, China, União Europeia e outros blocos têm provocado instabilidade nos mercados e afetado diretamente as cadeias de suprimentos.
Impactos globais
- A Organização Mundial do Comércio prevê crescimento modesto de apenas 1,7% no comércio global em 2024, abaixo da média histórica.
- A guerra comercial entre EUA e China continua a prejudicar setores como tecnologia, agricultura e manufatura.
- A guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio elevam os preços de energia e alimentos, afetando países dependentes de importações.
Consequências econômicas
- O FMI estima que as tarifas e tensões podem reduzir o PIB global em até 0,5% até 2026.
- A inflação tende a subir com o aumento dos custos de importação, especialmente nos EUA, onde tarifas sobre produtos chineses já ultrapassam 30%.
- Países emergentes enfrentam dificuldades adicionais com crédito restrito e volatilidade cambial.
Oportunidades e riscos para o Brasil
- O Brasil pode se beneficiar do redirecionamento de importações chinesas e americanas, especialmente em setores como agronegócio e energia.
- Por outro lado, há risco de aumento de produtos importados competindo com a produção nacional, como aço e vestuário.
- Empresas brasileiras são incentivadas a buscar novos mercados e investir em produtividade para se manterem competitivas.
Perspectivas futuras A tendência de “nearshoring” e “reshoring” — produção mais próxima dos mercados consumidores — pode favorecer países como México e Índia, mas também representa desafios para o Brasil. A estabilidade geopolítica e a cooperação internacional serão cruciais para evitar uma fragmentação ainda maior do comércio global.